TV brasileira deixará de ser analógica e oferecerá melhor qualidade de imagem e novos serviços
A televisão no Brasil está em meio a um processo de transformação que já dura alguns anos. Mas não estamos falando de programação. O que acontece é a migração total do antigo padrão analógico para o digital, que deve levar aos telespectadores não só mais qualidade de imagem, mas também novas formas de interação que abrem um leque de novos serviços.
O plano de migração para o sinal digital foi definido pelo Ministério das Comunicações em 2014. Consiste no desligamento gradativo dos transmissores de sinal de TV analógica, que serão substituídos em definitivo, a partir de novembro deste ano, por antenas de TV digital. Elas já estão funcionando e emitem sinais compatíveis apenas com aparelhos mais novos ou aqueles equipados com um conversor específico.
A primeira cidade a ver essa mudança acontecer será Rio Verde, em Goiás. Outros municípios passarão pela mudança de forma gradativa, no decorrer dos próximos três anos. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o desligamento das antenas analógicas deve ocorrer no mês de maio e no fim de novembro de 2016, respectivamente. A lista completa está aqui e também dá para buscar pelo nome da sua cidade por aqui.
O que muda?
Mas o que essa alteração de padrão significa para o consumidor? Primeiro, a imagem e o som da programação terão qualidade bem melhor. O sinal digital elimina chiados e ruídos, comuns nas telas de quem assiste a TV só com uma antena comum, e ainda permite que programas sejam vistos em HD em um televisor adequado. Esse sinal é o mesmo que alguns celulares captam. Por isso, é tão comum vermos pessoas assistindo ao jornal ou à novela no transporte público.
O mais interessante do processo é a interatividade. Além de imagem e som, o sinal entrega aos televisores conteúdos desenvolvidos pelas próprias emissoras. Essas aplicações levam ao espectador dados sobre a programação, sinopses de filmes e novelas e informações de elenco, por exemplo, quase como já acontece hoje na TV por assinatura.
Mas ainda é possível ir bem além. O novo sistema pode ser um bom aliado do comércio eletrônico, já que, no momento em que um produto for exibido em um programa ou comercial, uma opção de compra poderá ser mostrada na tela. Se o usuário quiser comprar, basta selecionar a opção para ser levado a uma loja, caso a TV esteja conectada à internet.
Outra possibilidade é fazer perguntas aos espectadores em tempo real, um recurso que pode ser útil na votação em um reality show ou até durante uma partida de futebol. Jogos poderão ser vistos por outros ângulos – como por trás do gol, por exemplo –, dependendo da oferta de câmeras da emissora que faz a transmissão.
O desligamento do sinal analógico ainda liberará uma nova frequência, de 700 MHz, para as redes de internet 4G. Ou seja, a TV digital ainda deverá colaborar, mesmo que indiretamente, para a expansão da web móvel pelo Brasil.
Como se preparar?
Segundo o site da TV Digital Brasileira e um vídeo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), aparelhos de TV mais recentes, lançados depois de 2010, já devem estar preparados para a TV digital. Mas, se estiver em dúvida, você pode se certificar procurando por um símbolo de DTV no aparelho ou no manual. A TV Globo passou a exibir um A no canto da tela de dispositivos com sinal analógico. Para adequar o aparelho, basta ligar uma antena compatível com o sinal ao televisor.
Já para aparelhos de TV mais antigos, há duas opções: trocá-lo por um modelo mais moderno ou instalar um conversor de sinal, chamado também de set-top box. Esses dispositivos, que custam de 150 a pouco mais de 200 reais, são conectados à tela por uma porta HDMI ou pelas entradas amarela, branca e vermelha de áudio e vídeo. É neles que devem ser conectados os cabos das antenas UHF. Este vídeo, da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), explica como configurá-los.
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