Parkour, nascido na rua, vira negócio lucrativo nos Estados Unidos

THE NEW YORK TIMES


Parkour ganha espaços estofados, apólices de seguro e programas de certificação para professores

    Parkour é o nome de um passatempo ousado nascido nas ruas e espaços públicos, uma espécie de jogo sem regras, times, vencidos ou perdedores. Começou na França (o nome é derivado da palavra francesa para 'curso') e se espalhou pelo mundo.

O que une os adeptos de todas as partes é a prática ao ar livre. Trazer o esporte para dentro das academias, dizem os puristas, seria como pedir nadadores para aperfeiçoar o nado de peito na grama. Mas, o parkour cresceu, trocou de patamar e já virou um o grande negócio.

Academias de parkour foram abertas em várias cidades americanas, com lanchonetes, aulas particulares e até festas de aniversário para crianças que custam US$ 450 (bolo não incluído).

Empresas especializadas vender luvas e outras peças de vestuário também faturam com o esporte. Uma organização internacional oferece apólices de seguro de parkour e cobra US$ 295 para cursos de certificação de professores.

Moda. "O parkour definitivamente explodiu", afirma Shem Rajoon, de 27 anos, proprietário de Bklyn Fera, um ginásio de parkour em East Williamsburg, no Brooklyn, aberto este ano. "Vejo que isso está se tornando realmente uma moda."

Enquanto o número de academias e outros negócios ligados ao esporte se expandem, com apelos de que se trata de um exercício seguro, os entusiastas mais antigos reclamam que a alma do parkour está sendo vendida.

"Se você limitar parkour para a configuração das academias, você efetivamente vai anular o seu próprio espírito do esporte", afirma Dan Edwardes, de 37 anos, autor de um livro sobre o esporte.

"Essa moda que se espalha por várias cidades americanas significa que em alguns anos a prática não vai mais existir na sua forma autêntica", reclama ele.

A popularidade do parkour tem crescido na era do YouTube, como aventureiros de todas as partes postando suas proezas em um jogo digital para ver quem é o mais ousado. 


Mercantilização. As academias de ginástica, com obstáculos estofados e aura de responsabilidade oferecem uma versão mais higienizada da paisagem urbana. Muitas academias estão decoradas com cenários que imitam espaços públicos, inclusive com muito grafitti, andaimes e corrimões.

Os puristas zombam da mercantilização do seu passatempo amado. Eles argumentam que as academias de ginástica, com seus poços de espuma e pisos macios, são truques para o público que aceita pagar por algo que se pode fazer nas ruas.

"Trata-se de usar o que está lá e ser criativo com o espaço à sua frente", disse Kaspar Schröder, de 33 anos, um cineasta que produziu um documentário sobre o esporte em 2009 chamado "My Playground".

Muitos donos de academia dizem encorajam os membros a praticar parkour dentro e fora delas. E há sinais de que mesmo alguns entusiastas do parkour já sucumbiram à modalidade 'indoor'.

Em junho, Nova York sediou a sétima PKNY Jam, um fim de semana dedicado a vários esportes, e pela primeira vez o parkour foi incluído - no interior da academia Bklyn Besta.

Seguro. Além das academias, uma enxurrada de grupos está olhando para capitalizar sobre a tendência. A fabricante de bebidas energéticas Red Bull começou um concurso anual em 2007. Vídeo games como Assassins Creed e os personagens possuem Infamous executam truques de parkour.

Federações criaram programas de certificação de professores com aulas em Miami, Boston, Dallas, Fairfield, Connecticut, além de Los Angeles e San Francisco.

A federação mundial também começou em abril a oferecer um produto de seguro sob medida para os praticantes, desde que pratiquem em ginásios certificados.

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